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Entrevista com Karyne bittencourt, diretora da companhia de dança bittencourt

por ERIC BORGES

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Empodere as mulheres - @rafael.rattis

    Karyne Bittencourt é bailarina e coreógrafa, atualmente dirige a Companhia de Dança Bittencourt, Companhia da cidade de Uberlândia que promove apresentações em nossa cidade e nos representa em outras cidades e estados do Brasil.

 

    A Companhia de Dança Bittencourt foi criada por você?

Karyne: A Cia de Dança Bittencourt foi criada por Cláudia Bittencourt, minha mãe, em 1990.

 

    Quais são suas referências e inspirações?

Karyne:  Nossas referências são grupos e companhias que trabalham dentro de uma diversidade de trabalhos técnicos, tendo como força o jazz e a dança contemporânea, o ballet clássico como um suporte mas adicionando um importante viés de dramaturgia em alinhamento com nossos trabalhos.

 

    Sei que antes vocês competiam como Grupo Talentos, por qual motivo houve essa mudança para Cia Bittencourt?

Karyne: Na verdade, desde a criação da Cia o grupo Talentos coexiste em paralelo. O que diferencia são os tipos de trabalhos em que o elenco participa. Temos os trabalhos profissionais que são trabalhos completos de espetáculo e os amadores que são trabalhos curtos coreográficos, que participam livremente de festivais não competitivos e competitivos também. É um grupo em crescente formação e amadurecimento, por isso transita com liberdade por diversos caminhos.

 

    Além de diretora e coreógrafa você é também bailarina, acha difícil possuir tantas funções dentro da Cia?

Karyne: Certamente não é fácil, é uma paixão grande por dançar, coreografar e dirigir. Mas esforço não falta. Brinco que quem faz duo comigo sofre um pouquinho por eu ser mais ausente ensaiando, pela importância do meu olhar de fora, mas me dedico e no final tudo dá certo.

 

    Pensa em deixar os palcos para ficar apenas na direção?

Karyne: Não, nesse momento de forma alguma. Tenho grandes inspirações de diretores que são também bailarinos e sigo firme. Acredito também que a maturidade só veio a me acrescentar como bailarina, me sinto em uma ótima fase.

 

    Quantos bailarinos fazem parte da Companhia? Quantos são homens e quantas são mulheres?

Karyne: Somos 16, 12 bailarinas e 4 bailarinos atualmente.

 

    Qual a faixa etária deles?

Karyne: Eles têm de 17 a 35 anos.

 

    Como funciona o processo de seleção de bailarinos para a Companhia?

Karyne: Temos o processo de formação técnica e artística da Talentos desde o grupo infantil, seguido pelo grupo de dança juvenil e posteriormente o adulto, que promovem a base inicial que procuramos. Mas há um espaço para bailarinos fora da escola que se identifiquem com nosso trabalho, claro. Nesse caso o bailarino participa de aulas da cia para que seja analisada a possível permanência. Além de um perfil técnico, procuramos um perfil profissional e pessoal que componha o grupo com responsabilidade, maturidade e envolvimento, que agregue positivamente em todos os sentidos a companhia.

 

    Pensa em fazer alguma audição no futuro?

Karyne: No momento não temos essa previsão, mas o espaço é aberto para interessados fazerem audições em aulas teste ao longo do ano.

 

    O primeiro espetáculo de vocês denominado Empodere as Mulheres, possuiu grande importância na conscientização do público a respeito do tema. Seria esse o propósito da companhia? Ou seja, pretende sempre trabalhar com temas que precisam ser debatidos com urgência?

Karyne: O primeiro espetáculo da Cia foi "Faces da Loucura" (1999) realizado por Cláudia Bittencourt e Kellen Bittencourt e assim como o "Empodere as Mulheres!" (de 2017, dessa vez realizado por mim) tratava de um assunto muito importante socialmente, com sensibilidade e pequenos respiros de humor. Esse foi meu primeiro espetáculo e eu descobri uma paixão por assuntos de importância social sem dúvida. Vi mudanças pessoais acontecerem em mim, nos bailarinos em todo processo e vi como tocou fundo em tantos que assistiram. É uma grande potência que a arte tem nesse lugar de reverberação. Não é uma imposição que coloco sobre mim, mas sempre que eu me sentir tocada, vou transformar assuntos importantes em arte reflexiva com certeza.

 

    Em quais cidades vocês já se apresentaram como Companhia de Dança Bittencourt?

Karyne: São Paulo, Franca, Goiânia, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Uberaba, Araxá, Anápolis e talvez mais algumas que não consigamos lembrar ao longo desses anos.

 

    Vocês contam com algum apoio cultural do Governo da nossa cidade?

Karyne: Não temos nenhum apoio fixo. Trabalhamos com projetos de lei cultural municipal eventualmente. Patrocínio livre de projetos culturais governamentais atualmente é algo muito difícil. Até mesmo com projetos aprovados não é nada fácil conseguir captações, é árduo e burocrático. Porém este caminho tem nos proporcionado meios de fomento mesmo que momentâneos, portanto seguimos por ele.

 

    Qual são as maiores dificuldades enfrentadas pela Companhia? Sabemos que viver de Arte não é nada fácil no nosso país.

Karyne: A dificuldade é justamente esse fomento. Temos um corpo de baile disposto a crescer, a explorar cada vez mais o mundo da arte, porém dependemos desses projetos e de ações da própria Cia para conseguirmos dar continuidade aos trabalhos. Mesmo assim seguimos resistentes e buscando abrir caminhos!

 

    Vocês também contam com trabalhos de outros coreógrafos além de você?

Karyne: Sim, com certeza isso é algo que prezamos. É importante manter a identidade da Cia, mas ao mesmo tempo é muito importante também somar com outros coreógrafos. Temos feito parcerias muito enriquecedoras com coreografias e olhares artísticos experientes. Alguns de casa, outros de novos amigos de outras cidades e estados trazendo frescor e energia para nós. Tudo muito gratificante e produtivo.

 

    Quais são seus objetivos com a companhia? O que quer alcançar? Seus sonhos haha

Karyne: Meus objetivos são muitos. Quero empregar bailarinos na cidade de Uberlândia e região, tocar o máximo de pessoas com nosso trabalho por diversos lugares e cidades, continuar a buscar crescimento a cada ano que se passar, trocar com os artistas que admiro e respeito, manter um ambiente saudável de sede, paixão e compromisso pela dança e o mais importante, seguir no que acredito, em minha identidade e assinatura.

 

    Vocês se encontram para montagens e ensaios quantas vezes na semana? E qual a carga horária?

Karyne: Nos encontramos 3 vezes por semana, uma carga horária de 3 horas por encontro, 9h semanais. Dependendo da necessidade temos ensaios extras.

 

    E como está a agenda de vocês? Alguma apresentação marcada ou espetáculo em andamento?

Karyne: No momento estamos em processo de montagem de um trabalho coreográfico de Jazz curto para o dia 19/12. É um trabalho leve, enérgico e alegre. Um respiro entre os trabalhos profissionais.

 

    E vocês fazem trabalhos comerciais? Quero dizer, tem como contratar a companhia para trabalhos?

Karyne: Eventualmente trabalhamos sim. O Jazz é um estilo com facetas comerciais, temos qualidade de trabalho e vasta experiência e por isso se nosso perfil se encaixa com o contratante, por que não? É interessante uma conversa, esclarecimento sobre o evento ou a ocasião para fazermos os ajustes necessários entre o que o contratante deseja e o que o contratado oferece e fazer acontecer.

 

    E como pode ser feito o contato?

Karyne: Temos o e-mail ciadedancabittencourt@gmail.com e nossas redes sociais: Instagram: @ciabittencourt e página do Facebook: /ciabittencourt

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